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domingo, 15 de maio de 2011

Expressões do quotidiano e suas explicações (10).

Meter a mão no fogo

Todos nós utilizamos repetidamente  esta expressão e percebemos perfeitamente o que quer dizer e o contexto em que a devemos usar no entanto, dificilmente a conseguimos usar, nos dias que correm, para nos responsabilizarmos pela inocência de alguém e só em casos muito raros o fazemos o que lhe dá um valor acrescido.
 Vamos buscar a sua origem à época medieval, às chamadas "provações" ou ordálios tipo de prova judiciária  usada para determinar a  culpa ou a inocência do acusado por meio da participação de elementos da natureza e cujo resultado era interpretado como um juízo divino. Os ordálios em geral consistiam em testar o acusado no fogo ("prova de fogo") ou na água. O fogo costumava ser reservado para testar acusados de origem nobre, enquanto que a água era mais usada para os plebeus. O acusado era submetido a uma prova dolorosa e, baseados numa superstição desse tempo, denominada   "iudiciu, Dei" que significava o julgamento de Deus e o temor a Deus, tão próprio da Idade Média, fazia-os acreditar que Deus ajudava os homens a resolver essas questões por meio de um "milagre" evitando que os réus inocentes  saíssem queimados ou  se afundassem. Seguindo uma certa lógica acreditava-se que, ao fazer participar Deus,nessa provaos culpados preferiam evitar o sofrimento confessando desde logo as suas culpas e os inocentes não tinham medo de se sujeitar a ela pois  ela ajudava a determinar a sua inocência 
 Na Europa, a  expressão" Meter a mão no fogo"  teve origem na prova do fogo.
A um réu que alegasse inocência envolviam-se as mãos com estopa e cera e fazia-se com que ele andasse, por alguns metros, em frente do juíz e das testemunhas, com uma barra de ferro em brasa.  Com o calor a cera derretia rapidamente e as mãos ficavam atadas. Três dias depois a estopa era retirada e as mãos eram examinadas. Existia a crença que, se o réu fosse inocente, Deus lhe teria curado as mãos durante esses três dias, se existissem marcas das queimaduras era considerado culpado e era condenado imediatamente à morte.
Acho sinceramente que se vivesse naquela altura nunca me atreveria o pôr a mão no fogo nem por mim nem por ninguém e mesmo nos dias de hoje duvido....

Mão no fogo

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