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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Expressões do quotidiano e suas explicações (2).

Bicho de-sete-cabeças
Quase todos os dias fazemos "um bicho-de-sete-cabeças" por alguma pequena dificuldade, a maior parte das vezes exagerando a sua importância real, mas pouco sabemos acerca de  onde provém esta expressão tão usada!Mitologicamente a Hidra era um monstro de sete cabeças que mesmo quando cortadas renasciam. Esse "monstro" grego era sem dúvida motivo de grandes dificuldades para quem o enfrentava e só um herói  poderia encontrar a forma perfeita de o eliminar de vez. Coube a Hércules, o dos chamados "trabalhos de Hércules"  matar a maléfica  Hidra o que conseguiu cortando-lhe as sete cabeças de uma vez. Livrou-nos da Hidra mas não de nos preocuparmos demasiado com coisas que só na nossa imaginação são intransponíveis.    

Quinta da Regaleira

Como ontem referi foi um passeio magnífico mas que deu para ver pouco. Terei que voltar e ver, observar, apreender e interiorizar. Fotografias não tirei nenhuma só tenho as que os meus companheiros gentilmente me dispensaram, mas as imagens que pesquisei são belas bem acompanhadas por uma música envolvente motivadora e convidativa para um bom passeio para quem ainda lá não foi.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Sem pacote de açúcar

Hoje não deu para ir tomar café ao sítio habitual e fiquei sem o pacote de açúcar do dia e de mais uma explicação das nossas expressões. Paciência! A troca também foi boa. Fui  visitar a Quinta da Regaleira e adorei. O grupo era simpático e os laços vão-se criando e estreitando entre as pessoas. É bom dizer :"Olá" a quem ainda há muito pouco tempo nem sabíamos que existia e que agora começa a fazer parte do nosso dia a dia.  O novo pacote de açúcar pode esperar !

terça-feira, 26 de abril de 2011

Expressões do quotidiano e suas explicações.


Há muitos anos tinha um passatempo, ligado à História que me divertia bastante. Coleccionava pacotes de açúcar que dessem informações sobre esse tema e alguns serviram-me para a construção de materiais didácticos para as aulas. Agora surgiram uns outros sobre expressões que nos surgem no dia a dia e que a maior parte das vezes não sabemos a sua origem.è um pequeno prazer,como outro quaisquer ir beber café e, tal como nos cromos, descobrir se já tenho aquela explicação. Vou exemplificar. Quem já não disse tantas vezes:" Foi um erro Crasso" ?! Crasso faz parte da História de Roma, mas foi por ter cometido um estúpido erro de estratégia contra os Partos e que o levou à derrota frente  a esse povo, que, toda a vez que queremos indicar que houve um engano grosseiro lhe chamamos "erro crasso". Vou continuar a tentar encontrar os 30 pacotes de café com expressões diferentes e, como numa caderneta escrevê-los aqui. Pode ser ser que haja quem tenha alguns para a troca!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Kanibambo

Morreu hoje João Maria Tudela. É mais um dos que partem e levam um pouco do meu passado. Quando cheguei a Moçambique o "seu" Kanibambo ecoava a toda a hora no Rádio Clube Português de Lourenço Marques. Dele recordo a música a ambientação a cores, cheiros, maneiras diferentes de estar na vida e parte da minha adolescência e início de juventude. Segundo a sua biografia começou a actuar como solista no Liceu Salazar tocando vários instrumentos mesmo não sabendo música, o mesmo liceu onde tirei os antigos  6º e o 7º anos. É pois com profunda saudade que o recordo desses tempos pois pouco mais soube dele ao longo dos anos. Vi-o recentemente na " partida" de um amigo comum e senti um profundo carinho talvez por tudo o que de feliz me fazia recordar. Adeus João Maria Tudela, até um dia e KANIMAMBO.


sábado, 9 de abril de 2011

«Passo a rezar»: oração, mobilidade e tecnologia

«Passo a rezar»: oração, mobilidade e tecnologia

Ingrid Betancourt e o seu livro

Acabei de ler o livro de Ingrid Betancourt " Até o silêncio tem um fim" onde relata os seus seis anos de prisioneira das FARC, na Colômbia. É uma história traumática, sobretudo por a sabermos verdadeira, mas contada com discrição, elegância perante situações pessoais degradantes, intimista e que nos revela a extrema maldade que todos  abrigamos dentro de nós. Fui pesquisar o que se tinha relatado sobre ela  e pareceu- me que julgamos comportamentos e situações de vivências extremas com demasiada facilidade e futilidade. Não sei se muitos teríamos a coragem para resistir a tanto, eu pelo menos sei que não teria e admirei-a não só a ela como a todos os reféns que ali estiveram e ainda lá estão.Como O Nouvel Observateur" escreveu na sua crítica: "este é um livro simultaneamente uma confissão, o diário intimo de uma condenada, um caderno de viagem, um ensaio geopolítico, uma oração, um herbário e um empolgante romance de aventura". Polémica ou não pelo seu comportamento "egoísta e arrogante" como acusam alguns dos seus companheiros de cativeiro, parece-me uma pessoa lúcida, inteligente e pronta a admitir os eus erros. Naquela situação quem não os cometeria?!
 
Filha de um ex-senador e ex-embaixador colombiano com uma ex-miss Colômbia, Gabriel  Betancourt e Yolanda Pulecio, viveu boa parte de sua juventude em Paris, onde o pai servia como embaixador da Colômbia junto à UNESCO. Estudou Ciências Políticas no Instituto de Estudos Políticos de Paris. Seu ambiente familiar propiciou-lhe o convívio com o poeta Pablo Neruda, o escritor Gabriel García Márquez e o pintor Fernando Botero. Teve dois filhos de seu primeiro casamento na França.
Segundo uma entrevista feita em em Portugal "é uma mulher elegante e um pouco sofisticada" longe da imagem que se poderá imaginar pelos vídeos  do seu resgate ou imaginar quando conta como viveu na selva às vezes  amarrada a árvores ou presa por correntes sem espaço nem intimidade possível,  a dormir em abrigos de tábuas e zinco, a sofrer torturas e humilhações. Ingrid tem hoje  50 anos e esteve em Portugal a promover o seu livro. Nas várias entrevistas que li ,vi ou ou ouvi  falou calmamente, com emoção, sem fugir às perguntas que lhe eram feitas sobre a sua relação com os seus antigos companheiros, os seus filhos e o seu ex-marido não cedendo à tentação de avaliar as criticas que lhe têm sido feitas.