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domingo, 19 de junho de 2011

Ver- se grego

Vamos ver-nos gregos     


Os gregos estão a ver-se gregos para conseguiram fazer frente ao pagamento do dinheiro que lhes foi emprestado pela   União Europeia,FMI e Banco Central Europeu. Nós já começamos também a sentir- nos  gregos, porque além da dificuldade que temos tido em perceber  o que nos tem acontecido,já sentimos a tempestade que se avizinha e ainda nem começámos a pagar o que nos emprestaram. A única coisa que percebemos é que nos vai sair do bolso e vai doer muito! 
 Contudo este "vermos-nos- nos atrapalhados para ultrapassar uma dificuldade", significado desta expressão, tem pouco a ver com " grego natural da Grécia" . É certo que o grego é uma língua difícil, para não dizer ininteligível para nós, apesar da sua gramática não ser tão complicada como a nossa (pelo menos a do grego antigo que foi a que tive que estudar) !
A língua grega, utilizada, em Roma , com  alguma frequência pelas classes mais cultas, passou para a Idade Média  sobretudo através de documentos escritos, e, era comum, dizer-se quando se tinham que fazer transcrições  ou traduções : " Grecum est, non legitur"- ou seja, é  grego não se percebe.  Como passou para uma frase tão comum é mais difícil de explicar. Alguns artigos fazem referência a que esta expressão estaria ligada ao povo cigano e à presunta ligação com os gregos mas creio que é difícil estabelecer um elo .
O que é certo é que, sabendo-se ou não, o quem nos legou esta frase ela encerra hoje uma verdade indiscutível. Os gregos estão a ver-se gregos para fazer face  aos compromissos internacionais que têm, a revolta social é grande, o governo treme, a contestação na rua sobe e os sacrifícios que se pedem ao povo são insuportáveis. E nós que não somos gregos!? Como nos iremos ver? Gregos, sem dúvida,  para sairmos desta nossa crise que já começou mas que ainda não principiou a apertar de verdade. Resta a esperança de que como somos portugueses e temos a fama de "chicos espertos"  conseguirmos  encontrar uma qualquer  escapatória  e continuarmos com a nossa nacionalidade, apesar de nos podermos "ver gregos " durante uns bons anos!     

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