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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Expressões de família

Diz-se que recordar é viver e hoje deu-me para aqui. Pus-me a recordar quais as expressões que mais ouvi usar, em família, e há umas  que , por sempre terem dado mais jeito utilizar em certos contexto,  continuam a ser  muito características nossas.
A mais corrente  de todas é : "Tarde piaste e a Inês está morta", quando em qualquer situação não reagimos  com rapidez, para atingir o que queremos e, quando o fazemos ,  já não vamos a tempo! Ao fim e ao cabo é uma adaptação muito livre da morte de D. Inês de Castro e da vinda de D. Pedro já depois de a terem assassinado!
A mais estranha é a que empregamos se alguém, curioso ou intrometido, nos pergunta onde fomos ou vamos e não queremos responder, ou porque não nos convém ou porque achamos a pergunta  indiscreta. Desde sempre me lembro da minha mãe responder rápida: " Ao baile das Madames Praxedes". Desde cedo me interroguei o que quereria dizer esta expressão e de onde viria pois  não era conhecida por ninguém. Cheguei a pensar ser  que fosse açoriana, dada a nossa origem, mas não. Dediquei-me a pesquisá-la e cheguei à divertida conclusão que se trata de uma peça brasileira que até vem na Internet.   Como foi para à família há mais de cinquenta anos, não consigo entender, é um mistério, mas  é óptima para os curiosos  ficarem sempre desconcertados e não perguntarem nada mais. Convém responder em tom brincalhão para não ofender ninguém!
A mais prática e usada amiúde tem a ver com a clássica pergunta feita por quem  quer saber o preço que as coisas nos custaram, situação com que nos deparamos todos os dias . E a resposta é...... " Dinheiro e palavras!" E pronto. Arruma-se o perguntador e livramo-nos de ter que revelar o que não queremos seja lá porque motivo for.  
A mais sábia que nos faz reflectir que viver e deixar viver cada um à sua maneira, é sem dúvida, a melhor forma de convivência era a que empregava a minha sogra : " Cada um na sua casa e Deus na casa de todos". 
A mais irritante,   " és bom para ires buscar a morte" quando o tempo que alguém de nós leva para executar uma tarefa  é tãoooooooooooooooooo longo que bem podemos esperar sentados.
E pronto, quando há pouco para pensar, surgem estas pequenas diversões da memória, e tantas que todos nós temos , mas que são como  pequenos códigos familiares que nos dão um sinal de pertença.  



           

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