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sábado, 12 de março de 2011

Sismos, Tusnamis e Portugal

jose_knoos
Ontem de manhã assisti, como todos, ao terrível sismo e tsunami que atingiu o Japão.As imagens eram arrepiantes mas a população mostrava-se controlada e sabendo o que fazer naquela situação. Infelizmente os que foram apanhados pelo tsunam não conseguiram fugir.
 E nós?! Portugal fica situado numa zona sísmica como é do conhecimento geral e apesar de só se falar do terrível sismo de 1755, muitos outros aconteceram ao longo da nossa História : no século XIV,em que a terra tremeu pelo menos dez vezes, destruindo vários edifícios incluindo a capela-mor da Sé.
O século XVI ficou marcado pela destruição de povoações inteiras tão fortes foram os abalos.E em Lisboa a mais atingida, o Tejo inundou a parte baixa da cidade e, em 1513, o cronista Garcia de Resende deixou o seu relato de dois grandes terramotos de que foi testemunha.
" Primeiro um raio e depois um trovão e logo a terra abalada e sacudida, parecendo que o mundo se destina para não haver mais mundo."
Foi um ano assustador, com frequentes abalos que abriam no chão crateras por onde saíam jactos de água e areia com cheiro a enxofre. .






Em Janeiro de 1531,  um grande terramoto destruiu parcialmente Lisboa. Sismo que, segundo se julga, pouco terá ficado a dever ao de 1755.
Lisboa quinhentista. Duarte Galvão, na Crónica d’el Rei Dom Afonso Henriques, c. 1520.
 In http://lisboario200anos.cm-lisboa.pt

 No entanto, a cidade não era tão grande, nem tão populosa, embora para a época, fosse considerada de enorme dimensão – teria cerca de 100 mil habitantes (contra os 275 mil de 1755).
Apesar da sua magnituda o Hospital de Todos os Santos, no Rossio, que acabou por ser compietamente destruído em 1755,não ficou,neste abalo, significativamente danificado . Na madreugada do dia 26 de Janeiro do citado ano a terra tremeu por três vezess
Não há, contudo, registo de maremoto, tsunami ou grandes incêndios.  Em todo o caso, o número de vítimas que a tradição consagra é o de 30 mil. Tendo em conta a população da cidade, foi igualmente uma tragédia de grandes dimensões.Três ruas da capital
desapareceram: a Rua dos Fornos e a Rua Nova foram duas delas.
 Na principal rua de Lisboa, a Rua Nova, tombaram varandas e muitos dos edifícios abriram enormes fendas. Uma parte do palácio real, o Paço da Ribeira, sofreu grandes estragos. A Torre de Belém e o Mosteiro de Belém (Jerónimos) foram também duramente atingidos. No Rossio caiu a Igreja de Nossa Senhora da Escada., uma parte do Paço dos Estaus (onde se acolhiam os altos dignitários estrangeiros), parte das naves do Convento de São Domingos (onde está hoje o Teatro de D. Maria II). Houve danos na Sé, no Convento do Carmo, na Igreja de São João da Praça e, como já, disse, numa ala do Paço da Ribeira.
De notar que o Bairro Alto, um dos primeiros bairros europeus a ser construído com planta em quadrícula, foi edificado para responder à destruição provocada pelo terramoto de 1531. 
O rei D.João III que estava no Paço de Benavente, teve ir para Alhos Vedros e depois para Azeitão, porque os seus aposentos de Benavente ficaram destruídos. , onde ruíram numerosas casas e as da Rua Nova. Na carta, descrevia-se também o pavor da população lisboeta que dormia vestida para poder fugir ao primeiro sinal de novo sismo. Como disse Garcia de Resende na sua »Miscelânea», referindo-se também a este terramoto:


«Todos com medo que haviam
deixaram casas, fazendas;
nos campos, praças dormiam
em tendilhões e em tendas,
casas de ramas faziam;
as mais noites velando,
temendo e receando;
porque tremor não cessava;
a gente pasmada andava
com
E depois veio 1755

O terramoto de 1755 o mais terrível e destruidor da nossa Históriar fez desaparecer milhares de vida ,património de valor artísticoe de imóveis de valor incalculável (entre muitos outros o palácio do Duque de Bragança onde se guardava o Tesouro da Coroa,) capelas, casa.ruas.vidasigrejas, conventos, mosteiros, bibliotecas, peças de valor incalculável que desapareceram para sempre. Milhares de vidas foram ceifadas. O rei e a família real foram poupados por não se encontrarem em Lisboa mas o palácio da Ribeira desapareceu levado pelo tsunami no Tejo, cujas águas recuaram até se ver o fundo e mais tarde uma onda altíssima com mais de quinze metros varreu tudo à sua frente até chegar fazendo desaparecer vidas, casas, palácios, hospitais até ao Rossio. No Algarve esse mesmo tsunami atingiu os 30 metros.

Tsunami 1755









 Outros se fizeram sentir ao longo dos séculos mas, este, pelo seu grau de destruição, foi o que permaneceu na nossa memória colectiva.
Esperemos que se chegar a nossa vez, os nossos governantes e responsáveis saibam o que fazer e como enfrentar tal situação uma vez que a História já nos deixou bastantes avisos sobre a possibilidade de ocorrências como estas  poderem vir a verificar-se.




12 de Março de 2011, 12:23

Os sobreviventes do tsunami que varreu na sexta-feira o nordeste do Japão vêem-se confrontados este Sábado com uma nova ameaça mortal - o espectro da fusão de um reactor nuclear no centro da zona sinistrada.

O Japão preocupava-se com uma possível fusão do reactor n°1 da central de Fukushima, a 250 km a nordeste de Tóquio, onde houve problemas no sistema de arrefecimento; logo no início, o fogo chegou a tocar barras de combustível irradiado, seguindo-se, depois, uma explosão.

A 12 km de lá, o sistema de arrefecimento do reactor n°2 também foi danificado. O tsunami que se seguiu ao terramoto de magnitude 8,9 - o sétimo mais potente da história - devastou a cidade de Sendai, onde a polícia encontrou entre 200 e 300 corpos na praia.

Entre 300 e 400 outros corpos estavam no porto de Rikuzentakata, que ficou submerso.

Em toda a região, os sobreviventes, ajudados por milhares de soldados, procuravam as suas famílias e os seus amigos. "Há tanta gente morta", declarou um homem idoso à imprensa, por entre lágrimas: "Não tenho palavras para descrever tal situação", prosseguiu.

Uma estranha calma reinava na manhã deste Sábado no litoral devastado do Pacífico, no qual a onda gigante, de 10 metros, levou bairros inteiros juntamente com casas, carros e pessoas.

Outros sobreviventes estão em estado de choque, depois da tragédia que pode ter causado mais de 1.700 mortes e desaparecidos.

SAPO/AFP

 

 



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