Em Janeiro de 1531, um grande terramoto destruiu parcialmente Lisboa. Sismo que, segundo se julga, pouco terá ficado a dever ao de 1755.
Lisboa quinhentista. Duarte Galvão, na Crónica d’el Rei Dom Afonso Henriques, c. 1520.
In http://lisboario200anos.cm-lisboa.pt
No entanto, a cidade não era tão grande, nem tão populosa, embora para a época, fosse considerada de enorme dimensão – teria cerca de 100 mil habitantes (contra os 275 mil de 1755).
Apesar da sua magnituda o Hospital de Todos os Santos, no Rossio, que acabou por ser compietamente destruído em 1755,não ficou,neste abalo, significativamente danificado . Na madreugada do dia 26 de Janeiro do citado ano a terra tremeu por três vezess
Não há, contudo, registo de maremoto, tsunami ou grandes incêndios. Em todo o caso, o número de vítimas que a tradição consagra é o de 30 mil. Tendo em conta a população da cidade, foi igualmente uma tragédia de grandes dimensões.Três ruas da capital
desapareceram: a Rua dos Fornos e a Rua Nova foram duas delas.
Na principal rua de Lisboa, a Rua Nova, tombaram varandas e muitos dos edifícios abriram enormes fendas. Uma parte do palácio real, o Paço da Ribeira, sofreu grandes estragos. A Torre de Belém e o Mosteiro de Belém (Jerónimos) foram também duramente atingidos. No Rossio caiu a Igreja de Nossa Senhora da Escada., uma parte do Paço dos Estaus (onde se acolhiam os altos dignitários estrangeiros), parte das naves do Convento de São Domingos (onde está hoje o Teatro de D. Maria II). Houve danos na Sé, no Convento do Carmo, na Igreja de São João da Praça e, como já, disse, numa ala do Paço da Ribeira.
De notar que o Bairro Alto, um dos primeiros bairros europeus a ser construído com planta em quadrícula, foi edificado para responder à destruição provocada pelo terramoto de 1531.
O rei D.João III que estava no Paço de Benavente, teve ir para Alhos Vedros e depois para Azeitão, porque os seus aposentos de Benavente ficaram destruídos. , onde ruíram numerosas casas e as da Rua Nova. Na carta, descrevia-se também o pavor da população lisboeta que dormia vestida para poder fugir ao primeiro sinal de novo sismo. Como disse Garcia de Resende na sua »Miscelânea», referindo-se também a este terramoto:
«Todos com medo que haviam
deixaram casas, fazendas;
nos campos, praças dormiam
em tendilhões e em tendas,
casas de ramas faziam;
as mais noites velando,
temendo e receando;
porque tremor não cessava;
a gente pasmada andava
com